INSTITUTO CAMINHO DO MEIO: COMUNICAÇÃO PARA TRANSFORMAR O MUNDO
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Cobertura da Plataforma Bodisatva durante o 108 Horas de Paz 2018-19 (Ações em Rede). Foto de João Marcelo Kassar Ismael.
Comunicação para Transformar o Mundo
Em tempos de crise política e
institucional, é fundamental lembrar que outros mundos são possíveis – eles de
fato estão sendo gestados em diversos lugares. Propomo-nos não só a ajudar a
construí-los, mas também a torná-los visíveis.
Para isso, o
Instituto Caminho do Meio lança mão de diferentes estratégias: eventos de
diálogos, vivências, estudos e publicações que difundem e aprofundam
iniciativas de transformação do mundo.
108 Horas de Paz e Diálogos
Na virada do
ano de 1999 para 2000, o CEBB, ainda antes da formalização do ICM, se uniu a
outras instituições religiosas e à Iniciativa das Religiões Unidas (URI)
para promover o evento 72 Horas de Paz,
preenchendo os últimos dias do ano com diálogos e práticas religiosas e
inter-religiosas para a promoção de uma Cultura de Paz. Na época, o evento foi
apoiado, inclusive, por S. S. o Dalai Lama.
Ao longo do tempo, o evento cresceu e ganhou
complexidade, construindo, a partir de uma visão de complementaridade das
diferentes visões de mundo, diálogos do pensamento budista com diferentes áreas
da sociedade e da cultura contemporâneas: ciência, educação, saúde, ecologia,
política, cidadania, etc.
A
perspectiva do evento, hoje chamado de 108
Horas de Paz, é a de que é possível reunir e dialogar com diferentes
compreensões da realidade e compartilhar sonhos para a construção de um futuro
melhor para nós mesmos, os outros, a sociedade e para o meio ambiente. Em
qualquer condição que estejamos, sempre é possível ampliar a visão e construir
contextos mais integrados, e é pela via coletiva, da ação em rede, que podemos
criar uma vida com mais sentido e que, ao mesmo tempo, gere benefícios para
todos.
A cada ano,
o evento aborda um tema específico, em torno do qual acontecem os diálogos.
Como referência, os temas dos últimos anos foram Saúde Mental (2013-2014),
Inteligências Coletivas (2014-2015), Educação e Sociedade (2015-2016),
Auto-Organização (2016-2017), Reencantamento da Vida (2017-2018) e Ações em
Rede (2018-2019). Outros eventos específicos também têm sido promovidos pelo
Instituto, como os Diálogos entre
Budismo e Sociedade, que tratam de temas ligados à saúde, educação,
sustentabilidade, etc.
Outra vertente de comunicação do ICM é a
parceria e o apoio à Plataforma Bodisatva, um projeto de comunicação
voltado para a produção e difusão de conteúdos de compaixão e sabedoria,
inspirados na visão budista de Terra Pura.
A Bodisatva,
que existe desde 1990 e foi uma das primeiras revistas de pensamento budista do
Brasil, tem por compromisso oferecer uma abordagem editorial não-sectária e que
fundamenta o diálogo entre as várias escolas budistas com outras tradições
religiosas e com diferentes áreas da vida contemporânea, como a ciência, a
educação, a arte, a ecologia, dentre outras.
Atualmente,
a plataforma comporta a Revista Bodisatva –
em suas versões on-line (com publicações semanais) e impressa (edições
semestrais) – e, a partir de 2019, ampliará suas atividades com a fundação de
uma Editora.
Lama Padma Samten fala sobre a visão budista de Terras Puras e sua
relação com a Revista Bodisatva
A busca
por uma forma de vida em maior harmonia com a natureza, mais favorável para a
saúde, para a economia doméstica, e que, principalmente, possibilitasse o
aprofundamento e a prática do Darma, fez surgir há 20 anos a primeira Aldeia CEBB (Centro de Estudos Budistas Bodisatva) Caminho do Meio,
em Viamão, no Rio Grande do Sul. Atualmente, lá residem várias famílias e é
onde está instalada, desde 2010, a Escola do Caminho do Meio, que atende crianças de
dentro e de fora da comunidade a partir de um ano de idade.
“Estamos
dentro de um mundo que se organiza de um jeito, mas, de repente, inventamos
outra forma de nos movimentarmos. Nós sonhamos, desenvolvemos essa coragem e
nos colocamos em marcha”, contou o
Lama Padma Samten ao relembrar o início deste movimento das Aldeias, durante o
Retiro de Verão deste ano, que teve como um dos temas abordados o Projeto
Terras Puras.
De 1997 para cá, as Aldeias foram se expandindo e
amadurecendo, gerando benefícios e oportunidades para quem ali vive ou busca um
local mais apropriado para a realização de retiros curtos ou longos.
CEBB Darmata em Timabúba/PE. Foto: arquivo
CEBB
CEBB Recôncavo em Santo Amaro/BA. Foto:
arquivo CEBB
Hoje, contando com a Aldeia CEBB Caminho do Meio, são oito Aldeias
espalhadas pelo Brasil: Alto Paraíso, em Goiás, que comporta a Escola Vila
Verde; a CEBB Mendjila, que fica na região de Canelinha, em Santa Catarina;
CEBB Recôncavo, em Santo Amaro, na Bahia; CEBB Sukhavati, na região
metropolitana de Curitiba; CEBB Darmata, em Timbaúba, Pernambuco; CEBB
Bacopari, que fica em Palmares, e CEBB Jetavana, ambas no Rio Grande do Sul.
“Nós pegamos essa substância que é a energia
que constrói as coisas, esse fio dourado, e tecemos uma teia na direção que
achamos mais favorável. É isso que estamos fazendo. Cada
uma dessas iniciativas tem suas dificuldades, mas seguimos com paciência,
mantendo os propósitos, e as coisas vão se resolvendo”, explica o Lama.
Na opinião dele, uma das questões cruciais deste
movimento é a constatação e que é possível ir na contramão do processo
econômico operando através dos méritos.
Região do entorno do CEBB Bacopari. Foto:
arquivo CEBB
CEBB Jetavana São Francisco de Paula/RS.
Foto: arquivo CEBB
“Não
temos nenhuma fonte de recursos a não ser a própria Sanga, utilizamos o mesmo
método do Buda: o da tigela. A prática no mundo é gerar méritos, trazer
benefícios. O
mérito é o engajamento verdadeiramente positivo que permite que as pessoas
sejam beneficiadas e, à medida que elas são beneficiadas, surge essa energia e
tudo anda”, acrescenta.
Na
visão do Lama, o desenvolvimento de uma interface com a comunidade ao redor das
Aldeias tem sido um aprendizado importante nesta caminhada e a ideia é ampliar
e fortalecer ainda mais essa conexão. “Nós temos com a comunidade do Castelinho, próxima ao CEBB de
Viamão, por exemplo, uma relação de amizade de mais de 15 anos. Ali vivem cerca
de 500 famílias, aproximadamente 1.500 pessoas, e estabelecemos com eles uma
relação de troca. Espero que a gente consiga ampliar ainda mais esse
trabalho”, vislumbra.
CEBB Caminho do Meio em Viamão/RS. Foto:
arquivo CEBB
CEBB Mendjila, em Canelinha/SC. Foto:
arquivo CEBB
“O
movimento geral das Aldeias trabalha com o conceito de Terras Puras, onde as
melhores qualidades das pessoas de todas as idades podem se desenvolver em
harmonia com visões orgânicas de educação, arquitetura, geração e uso de
energia, sustentabilidade, e presença equilibrada no ambiente natural,
tratamento biológico dos efluentes, saúde e alimentação equilibradas, bons
relacionamentos e convívio. Gerando tais méritos, teremos a base adequada para
aprofundar nossa ação na forma dos estudos do Darma do Buda, buscando a
superação das nossas limitações e o pleno desenvolvimento do nosso potencial
búdico”, descreve o Lama. Ele explica:
“Usamos o sistema
das mandalas como forma de organização, que acontece graças à energia vinda dos
corações conectados ao brilho autônomo e incessante dos Budas e suas bênçãos
ilimitadas”.
Revista Bodisatva e a visão
das Terras Puras
Nesse
mesmo encontro, o Lama falou sobre a importância da Revista Bodisatva nesse trajeto de construção e fortalecimento da visão budista de
Terras Puras. Em pleno movimento de expansão, ela passa a ter novo formato,
transformando-se em uma plataforma.
Na
opinião do Lama, essa nova etapa da Bodisatva será muito útil para fortalecer
essa visão e as experiências e iniciativas que diferentes aldeias e diferentes
praticantes têm desenvolvido a partir dela. Além disso, a
Bodisatva segue como uma espaço não sectário de divulgação da visão de mestres
e mestras do budismo e de outras tradições.
A
Bodisatva passará a comportar, além da revista em versão impressa (com tiragem
semestral), publicações especiais, o novo site e redes sociais, como Facebook e Instagram.
“A equipe de jornalistas é pequena, mas nossa
ideia é reunir muitos colaboradores para que tudo isso funcione de fato. Cada
vez mais as pessoas estão procurando outras formas de viver, que sejam mais
lúcidas, portanto há uma demanda por esse tipo de conteúdo”, declarou Lia Beltrão, uma das editoras da Revista Bodisatva.
“A Revista Bodisatva
é uma referência importante para o budismo no Brasil. Registrou momentos
históricos como a vinda, nos anos 80, de Jamgon Kongtrul Rinpoche III, o
primeiro mestre em que tomei refúgio. Nesta época o Budismo no Brasil todo não
tinha tantas pessoas quanto temos hoje nesta sala”, contou o Lama durante
o retiro.
“A revista noticiou a vinda da S.S. Dalai
Lama, em 1992; a chegada do mestre Zen, Moriyama Roshi; a vinda do Chagdud
Rinpoche, e, claro, os ensinamentos destes e de outros mestres que cruzaram por
aqui”, continuou. “Quando
ela surgiu não havia mídia eletrônica, mas sobreviveu a essa passagem. Todavia, acho interessante que ela siga também como um
documento impresso a fim de registrar um tempo e a visão que temos deste tempo”, conclui.
Veja na
íntegra a apresentação do sonho da Bodisatva, expandindo o Darma na web e sobre as Terras Puras, durante o Retiro
de Verão de 2017, em Viamão..
Projetos Bodisatva e Terras Puras | Retiro de Verão 2017.
Saiba mais
Veja a localização das Aldeias do CEBB no mapa abaixo e saiba mais sobre cada uma delas, nos links listados na sequência.
Somos uma entidade sem fins
lucrativos com a missão de contribuir para o desenvolvimento humano, a
transformação social e a cultura de paz
Buscamos despertar e ressaltar
as qualidades positivas naturalmente presentes em cada ser humano, de forma que
todos possam estabelecer melhores relações consigo mesmos, com o outro, com a
sociedade e com a biosfera. Para isso, realizamos atividades nas áreas de
assistência social, cultura, educação, saúde, desenvolvimento sustentável e
direitos humanos.
O
Instituto Caminho do Meio (ICM) foi fundado em 2008, consolidando as ações de
transformação social do mestre budista Lama Padma Samten e
de seus estudantes, praticantes do budismo tibetano ligados ao Centro de
Estudos Budistas Bodisatva (CEBB).
As atividades do ICM acontecem em diversas
cidades do Brasil, junto às Aldeias CEBB –
comunidades que surgem em torno dos centros budistas do CEBB. Atualmente, são
sediadas principalmente em cinco destas aldeias: Viamão (RS), Timbaúba (PE),
Alto Paraíso (GO), Canelinha (SC) e Quatro Barras (PR).
Onde atuamos
Realizamos diversas atividades de interesse público, além de
fomentar estudos, pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, e a
produção e divulgação de conhecimentos técnicos e científicos em nossas áreas
de atuação.
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